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A História do BIM: da Revolução Digital à Indústria 4.0

A transformação digital no setor da construção é indissociável da evolução do BIM (Building Information Modeling). Esta metodologia, hoje fundamental para arquitetos, engenheiros e designers, é o resultado de décadas de inovação tecnológica e adaptação às necessidades de uma indústria em constante mudança. Neste artigo, exploramos a história do BIM, contextualizando-a com o desenvolvimento de outras tecnologias que moldaram a arquitetura, engenharia e design.

O Início: dos Desenhos Manuais ao CAD

Antes da década de 1960, a conceção de projetos dependia exclusivamente de desenhos manuais. Apesar da habilidade artística e técnica envolvida, este método era limitado em termos de precisão, tempo e flexibilidade.

A grande revolução começou com o CAD (Computer-Aided Design) nos anos 1960 e 1970. Ferramentas como o Sketchpad®, desenvolvido por Ivan Sutherland em 1963, foram pioneiras na introdução de desenhos digitais interativos. Mais tarde, na década de 1980, softwares como o AutoCAD® tornaram-se amplamente disponíveis, permitindo a transição do papel para o digital em larga escala.

Fonte: NPR (Computador Elétrico Analógico ANACOM 1950)

Embora o CAD tenha representado uma melhoria significativa, focava-se sobretudo em desenhos bidimensionais e na representação geométrica, sem integrar informações detalhadas sobre os elementos da construção.

Conceito de BIM

O conceito de BIM começou a ser moldado na década de 1970, mas foi apenas em 1986 que o termo "Building Information Model" foi introduzido por Robert Aish, um dos pioneiros na pesquisa de tecnologias de modelação. Durante este período, surgiram os primeiros softwares que tentavam combinar modelação tridimensional com dados.

Nos anos 1990 foi lançado o primeiro um software que se destacou como uma das primeiras ferramentas a integrar o conceito de BIM, permitindo criar modelos 3D que incorporavam informações construtivas detalhadas. Nesta década, o foco do setor passou da simples representação gráfica para a gestão da informação ao longo do ciclo de vida de um projeto.

A Consolidação do BIM nos Anos 2000

Nos anos 2000, o BIM começou a ganhar aceitação como metodologia de trabalho integrada.

Paralelamente, normas as internacionais começaram a surgir para garantir a interoperabilidade entre diferentes softwares. O formato IFC (Industry Foundation Classes), desenvolvido pela organização buildingSMART, tornou-se essencial para a troca de informações entre plataformas BIM.

Governos de diversos países começaram a reconhecer as vantagens do BIM, com o Reino Unido a liderar a implementação de normas específicas para projetos públicos.

BIM na Era da Indústria 4.0

A partir de 2010, o BIM expandiu-se para além do 3D, abrangendo novos níveis de integração:

4D: Planeamento e controlo de tempo.
5D: Gestão de custos.
6D: Sustentabilidade e análise de impacto ambiental.
7D: Gestão de operações e manutenção.

Nesta fase, o BIM tornou-se parte integrante da Indústria 4.0, utilizando tecnologias como inteligência artificial (IA), IoT (Internet of Things), realidade aumentada e realidade virtual para otimizar todo o processo de trabalho.

O que é a Indústria 4.0?

A Indústria 4.0 é a quarta revolução industrial, onde as fábricas e empresas utilizam tecnologias avançadas como a Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial, robôs e análise de dados para melhorar os seus processos.

Tudo está interligado e funciona de forma inteligente, permitindo que as máquinas "comuniquem" entre si, os processos sejam mais rápidos e eficientes, e os produtos possam ser personalizados para cada cliente.

Resumindo, a Indústria 4.0 torna a produção mais moderna, automatizada e conectada, ajudando a reduzir custos, aumentar a qualidade e responder melhor às necessidades do mercado.

O Futuro do BIM

A história do BIM está longe de terminar. À medida que a tecnologia avança, prevê-se uma maior integração com ferramentas baseadas em IA e maior acessibilidade para empresas de todas as dimensões. O BIM continuará a desempenhar um papel central na digitalização do setor da construção, promovendo projetos mais eficientes, sustentáveis e colaborativos.

O percurso do BIM, de um conceito experimental à sua posição atual como padrão global e regrado, reflete o impacto transformador das tecnologias digitais na construção, arquitetura e design. É uma verdadeira revolução que molda o presente e aponta o caminho para o futuro.